Público prestigia a exposição Auditions no Polo Joalheiro do Pará

Público prestigia exposição AuDITIONS. 
Foto: Renata Cunha/Igama Divulgação 
Onça pintada, serpente, arara e cana de açúcar, o maestro Tom Jobim e a “pequena notável” Carmem Miranda. Essas são algumas das inspirações das 18 joias da exposição “Brasilidade”, do Auditions Brasil, o maior concurso de joias de ouro do mundo, promovido a cada dois anos pela mineradora Anglogold Ashanti. É a primeira vez que Belém recebe a mostra itinerante, que fica aberta à visitação no Espaço São José Liberto até sexta-feira (25), com entrada gratuita.
Depois de Belém, a edição comemorativa de dez anos do concurso segue para Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Além da designer Selma Montenegro, uma das finalistas e única representante do Norte, com o colar “Açaí”, apresentado pela atriz Taís Araújo – a golden girl (embaixadora) desta edição –, o Pará já foi representado, em outras edições do concurso, por duas designers do programa Polo Joalheiro, Clara Amorim e Lídia Abrahim, resultados que contribuíram efetivamente para atrair o evento para a capital paraense.
Segundo a diretora executiva do Polo Joalheiro e do Espaço São José Liberto, Rosa Helena Neves, ao longo de mais de 15 anos de existência, as ações do programa têm contribuído para o profissionalismo do setor joalheiro do Estado em todos os seus segmentos, assim como potencializam a economia criativa, que é a “economia do simbólico, que se alimenta dos talentos criativos para produzir bens e serviços, como joia, acessórios de moda, artesanato e outros".
Selma Montenegro, Rosângela Gouvêa e estudantes da Uepa. Foto: Igama Divulgação
O público tem prestigiado a exposição, especialmente designers e alunos da área, como a turma de bacharelado em design da Universidade do Estado do Pará (Uepa).  Junto com a professora do curso, Rosângela Gouvêa Pinto, especialista em educação e mestre em meio ambiente, o grupo foi recebido por Selma Montenegro, que relatou sua experiência na área com colocações de incentivo, mostrando que é possível o design do Pará se destacar em diversos âmbitos, como nos concursos.

Rosângela Gouvêa acredita que, a partir do programa Polo Joalheiro, houve a criação de uma cadeia produtiva do setor de gemas e joias, que está em franca expansão no Estado. “Se depender dos participantes, vinculados diretamente ou como prestadores de serviços agregados ao programa, o Pará garantirá sempre lugar de destaque nos mercados nacional e internacional, mesmo sendo um Estado sem a tradição centenária dos grandes centros, como Sudeste e Sul do país”, reiterou
Taís Araújo mostra o colar "Açaí". Foto: Divulgação AuDITIONS
Selma Montenegro. Foto: Studio Oliveira
Design  A seleção de três designers paraenses no concurso coloca as profissionais no seleto grupo de criadores do setor joalheiro nacional. O projeto do colar “Açaí” foi desenvolvido pela escola de ourivesaria Rahma, que funciona no São José Liberto. Para produzir a joia artesanal em ouro amarelo, além das técnicas tradicionais de ourivesaria, foram criadas ferramentas especiais. Com 400 gramas de ouro, oferecido pela mineradora para cada finalista, o colar é composto por caroço de arumã e outros materiais característicos da região.
Natural do município de Afuá, na Ilha do Marajó, e acumulando premiações na área, as primeiras experiências de Selma Montenegro foram com artesanato regional. “Meus projetos estão fortemente ligados ao artesanato. Essa é a minha essência”, diz a designer de joias, que se sente estimulada a continuar criando e pesquisando. Ela também lançou uma coleção de joias inspiradas no “Açaí” e comercializadas na loja que mantém no Espaço São José Liberto.
Isabella Fiorentino com o broche "Fogo sob Gelo". Foto: Robert Schwenck
 Clara Amorim. Foto: Igama/Divulgação
Clara Amorim foi a primeira designer paraense finalista do concurso, nos anos de 2006 e 2007. Única representante do Norte e Nordeste, ela criou o broche em ouro branco “Fogo sob Gelo”, apresentado pela modelo Isabella Fiorentino, a golden girl da referida edição, cujo tema era “Calor Glacial”. A peça móvel  mostra cristais de gelo, quando está fechada, e revela o sol, quando aberta, representando sentimentos humanos e antagonismos da vida, como razão e emoção, quente e frio, feminino e masculino.
A designer de joias explicou que a conquista só foi possível com o apoio de duas instituições: a Uepa e o Polo Joalheiro. “A primeira me deu formação acadêmica e a segunda, experiência dentro da produção; lá, fiz capacitações fundamentais para o projeto consistente de joias. Sem essas instituições eu não teria base para fazer nem um projeto básico, muito menos um que passasse por avaliação de especialistas”, disse.

Luiza Brunet com o anel "Prece". Foto: Jacques Dequeker/Divulgação
Lídia Abrahim. Foto: Igama/Divulgação
Já a designer Lídia Abrahim criou, em 2010, o anel “Prece”, que, segundo ela, retrata o poder da fé para a transformação humana. Com a peça, apresentada pela golden girl Luiza Brunet, a designer foi a única representante do Pará na edição passada do Auditions Brasil (2010/2012), que teve como tema “Sincronicidade: valores humanos através do tempo”.
Segundo ela, a projeção que o concurso lhe proporcionou até hoje lhe abre portas. “A premiação veio como uma consagração da minha trajetória profissional como designer de joias. Eu vinha, desde 2004, numa evolução criativa e de aprimoramento do meu trabalho. Na época da criação da peça, eu estava fazendo vários cursos em São Paulo, repensando minha atuação e redirecionando meu rumo. A premiação foi uma espécie de confirmação de que eu estava no caminho certo”, revelou.
Joia "Cana do Brasil". Foto: Almir Pastore/Divulgação AuDITIONS Brasil 2012  Anglogold Ashanti
Joia "A Rara". Foto: Almir Pastore/Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 Anglogold Ashanti
O prêmio Auditions é uma referência global e revela a excelência dos designers brasileiros, sendo realizado na África do Sul, China, Índia, Emirados Árabes e Brasil. Em Belém, a exposição é promovida pela Anglogold Ashanti Auditions, por meio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura (MinC), com apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e do Instituto de Gemas do Pará (Igama), com produção executiva de Heloisa Couto Produções e Eventos. O Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral) também apoia a iniciativa.
Dos designers que disputaram a premiação, em duas categorias, saíram vencedores Camila Schmitt, com o colar “Cana do Brasil” (Prêmio Auditions), e Carla Abras, com o colar-bolsa “A Rara” (Prêmio Auditions 10 Anos). Entre as 18 joias finalistas estão, ainda, Olhos da Floresta; Chica Chica Boom; Yes, Nós Temos Bananas; Águas de Março e Identidade.

Serviço: A mostra “Brasilidade” está aberta à visitação até sexta-feira (25), no Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas), que funciona com horário diferenciado em outubro, devido ao Círio de Nazaré: de segunda a sábado, das 9 às 19 horas, e aos domingos e feriados, das 10 às 18h. Entrada gratuita.

Confira as 18 joias finalistas clicando AQUI 

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Ascom/Igama




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