Economia criativa foi tema de seminário na Assembleia Legislativa

Diretora Rosa Helena Neves durante o "I Seminário de Economia Criativa" na Alepa.
Foto: Guilherme Thorres/Divulgação

Levantamento de informações e dados da economia criativa, educação para competências criativas, criação e adequação de marcos legais para os setores criativos são desafios colocados no Plano Brasil Criativo da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (SEC/MinC). Os temas nortearam as palestras e painéis do “I Seminário de Economia Criativa – Um novo desafio econômico para o desenvolvimento”, promovido pelo Sindicato dos Economistas do Estado do Pará (Sindecon) na última quinta-feira (8), durante sessão especial da Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).

A vasta programação do seminário incluiu palestras de especialistas, professores universitários, pesquisadores do setor e empreendedores interessados em conhecer mais sobre as potencialidades e tendências do movimento de economia criativa no Brasil. O evento, coordenado pela deputada estadual Simone Morgado, contou com a participação de empresas, empreendedores criativos, artistas, designers, artesãos, gestores públicos, especialistas, pesquisadores e acadêmicos.

Entre os participantes do seminário estavam Delson Cruz, representante da Região Norte do MinC; Júnior Oliveira, coordenador de implantação do Criativa Birô no Instituto de Artes do Pará (IAP); Sonia Mendes, assessora da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom); Valcir Bispo Santos, coordenador do Projeto Economia Criativa e Ver-O-Peso; além de representantes do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e demais entidades da iniciativa pública e privada.

Após as exposições e a participação da plateia que assistiu ao evento, a direção do Sindecon lembrou as mulheres com relevantes serviços e pesquisas na área das ciências econômicas no Pará em suas instituições de atuação profissional. A secretária-adjunta da Seicom, Maria Amélia Enriquez, foi uma das personalidades homenageadas na oportunidade. Ela é professora doutora da Universidade Federal do Pará (UFPA), de onde está licenciada para exercer função pública.

Na ocasião, também foi apresentada a versão virtual da Revista Nossa Economia: "Economia verde: um novo arranjo produtivo para o desenvolvimento sustentável do Pará", prevista para ser publicada na próxima semana. Uma das matérias da revista, intitulada “Quanto vale uma boa ideia?”, destaca o trabalho desenvolvido por profissionais do Programa Polo Joalheiro do Pará, dentre ele a designer Bárbara Müller, o mestre balateiro Darlindo Oliveira, a lapidária Leila Salame e o ourives Joelson Leão.

Também houve apresentação de cases de sucesso, já conhecidos em Belém, no Brasil e exterior, no trabalho desenvolvido pelo Espaço São José Liberto, e palestras do papel do atual governo, por meio da Seicom, com ações e iniciativas práticas de articulação de políticas públicas com os parceiros públicos e privados.
O trabalho desenvolvido no São José Liberto foi destaque no seminário. Foto: Geraldo Ramos/Divulgação

Parceria e apoio - O Governo do Pará, por meio da Seicom, em parceria com várias instituições locais, está somando esforços e iniciativas para consolidar o leque de negócios da economia criativa em Belém e no Estado. Uma das iniciativas foi o apoio à realização da primeira edição do Seminário de Economia Criativa.

“A Seicom está focada no objetivo de dar mais suporte a essa economia criativa, numa região onde nossa cultura local, a reconhecida criatividade dos nossos artistas, nossa natureza, com rica biodiversidade, já são nossos grandes diferenciais”, disse o diretor de Desenvolvimento de Comércio e Serviços da Seicom, Airton Lisboa.

O Espaço São José Liberto na economia criativa paraense foi o assunto abordado por Rosa Helena Neves, diretora executiva do Espaço São José Liberto e do Programa Polo Joalheiro do Pará, mantidos pelo governo do Estado, por meio da Seicom e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), organização social gestora do espaço.

Rosa Helena Neves falou sobre a dinâmica de funcionamento do espaço e do programa,.explicando que os eixos norteadores de desenvolvimento das ações do programa têm como ponto central a “criatividade e o empreendedorismo, voltados para o design e a produção artesanal, trabalho desenvolvido com sustentabilidade, inovação, inclusão social produtiva e diversidade cultural e natureza amazônica”.

A diretora também ofereceu dois exemplares do Livro “Joias do Pará: Design, Experimentações e Inovação Tecnológica nos Modos de Fazer”, lançado em 2012, que reúne debates teóricos, trabalhos acadêmicos, experimentações e técnicas que inovam o processo de criação e confecção das joias artesanais do Pará. Rosa Helena Neves convidou o diretor da Seicom, Airton Lisboa, para entregar um exemplar para a presidente do Sindecon, Kátia Esteves da Rocha, e a secretária-adjunta da Seicom, Maria Amélia Enriquez, para entregar um livro para a deputada estadual Simone Morgado.

Já a jornalista e consultora para as áreas de design, inclusão produtiva e mercado, Cristina Franco, foi convidada para ministrar a palestra “Economia Criativa – Investir em talento e criatividade sinônimo de desenvolvimento”. Ela destacou a trajetória da economia criativa no mundo, ressaltando a importância que a moda exerce na economia criativa, com rebatimento direto na economia em geral. “E por isso deve ter dos governantes toda atenção pelos seus resultados na geração de emprego e renda”, completou.

O evento, de natureza multidisciplinar, contou com o apoio da Assembleia Legislativa, IAP, Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Sebrae, Faculdade Estácio do Pará (FAP), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Seicom, órgãos que discutem uma agenda de fortalecimento do setor no Estado.

A deputada estadual  Simone Morgado recebe o livro "Joias do Pará" das mãos da secretária-adjunta da Seicom, Maria Amélia Enriquez; e o diretor de Desenvolvimento de Comércio e Serviços da Seicom, Airton Lisboa, entrega a publicação para a presidente do Sindecon, Kátia Esteves da Rocha. Foto: Guilherme Thorres/Divulgação

Case de sucesso - Com o tema “O simbólico e o material da cultura: uma experiência de economia criativa na Amazônia Paraense”, a diretora Rosa Helena Neves apresentou a experiência do Programa Polo Joalheiro do Pará e do Espaço São José Liberto, que representam um projeto exitoso de economia criativa no Brasil.

O trabalho desenvolvido no Espaço São José Liberto abrange o patrimônio, as expressões culturais (artesanato,culturas populares e manualidades), as artes de espetáculos (dança, música e teatro) e as criações culturais e funcionais (joia, design e moda). Concebido como um território criativo intersetorial e transversal para abrigar setores criativos e categorias culturais, o São José Liberto gera trabalho e renda, fomenta a economia e a cultura, empreendedorismo e inovação.

Segundo Rosa Helena Neves, o desenvolvimento de ações integradas e continuadas está calcado em três eixos: capacitação, gestão e fomento; criação, produção, promoção e mercado e mercado; e manutenção e preservação do espaço. A diretora também destacou que, nos processos de geração de produtos, os integrantes do Programa Polo Joalheiro do Pará, criado em 1998, participam de atividades específicas de criação, produção, circulação e consumo, como workshops de geração de produtos e exposições locais, nacionais e internacionais.

A diretora do São José Liberto lembrou, ainda, que o surgimento do programa inspirou a criação de cursos de design na capital paraense, estimulando o desenvolvimento desta atividade. Durante a apresentação, Rosa Helena Neves pediu uma salva de palmas em homenagem ao talento dos designers (estudantes e profissionais), ourives, lapidários, cravadores, produtores e mestres de artesanato que integram o programa.

Ao final, Rosa Helena citou fatores que contribuem, efetivamente, para o êxito da experiência do Programa Polo Joalheiro do Pará, dentre eles o desenvolvimento de ações partindo das identidades do território; o fortalecimento e a valorização da diversidade cultural e biodiversidade como fonte de criatividade, inovação e formação do empreendedorismo; a valorização da cultura e da criatividade como estratégia e elementos propulsores do desenvolvimento econômico sustentável local; a forte articulação com setores de turismo e cultura; a criação e manutenção do território criativo Espaço São José Liberto e a construção de uma experiência de políticas pública com interfaces dialógicas entre o publico, o privado e o setor produtivo.

Ascom/Igama – com informações da Ascom/Seicom




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