Artesanato do Círio em exposição na Casa do Artesão do São José Liberto

Camisas confeccionadas pela empreendedora Ana Carolina Fonseca.
Foto: Carlos Sodré/Agência Pará
Produtos com inspiração no Círio de Nazaré criados por artesãos paraenses estão em exposição na Casa do Artesão do Espaço São José Liberto. No local, que reúne tipologias de artesanato de 43 municípios do Pará, representando todas as regiões do Estado, é possível encontrar peças em barro, madeira, fibra, palha, tecido, cuia e outros materiais, incluindo o miriti, material típico do período nazareno.


A comercialização de peças alusivas à época aumenta a renda de boa parte dos 703 artesãos que integram o Programa Polo Joalheiro do Pará. As vendas de artesanato crescem cerca de 30% em outubro, de acordo com dados da coordenação comercial do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), Organização Social que gerencia o espaço e o programa, que tem como mantenedora a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom). 

Barcos, cobras e casas são alguns dos artesanatos tradicionais criados em miriti, que podem ser encontrados na Casa do Artesão. Os populares brinquedos de miriti enfeitam e colorem a cidade na época do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, assim como as fitas de pedidos de promesseiros, outra peça fundamental da quadra nazarena.

Com diferentes cores, as fitas geralmente são usadas pelos devotos no pulso dando três nós e fazendo três pedidos à santa. Com o passar do tempo as fitas também começaram a ser utilizadas na confecção de mantos, bolsas, brincos, pulseiras e camisas alusivas ao Círio. Um exemplo é a camisa confeccionada em cetim com fitas, produzida pela empreendedora criativa Ana Carolina Fonseca, que cria camisas com a temática religiosa desde 2001.
Artesanato regional para o Círio de Nazaré.
Foto: Carlos Sodré/Agência Pará
Outro artesanato que também envolve as fitas de promesseiros são mini-cestas confeccionadas em palha, que dentro trazem iguarias da culinária paraense, como biscoitos de castanha com recheio de cupuaçu, frutas típicas da região. A criatividade dos artesãos pode ser percebida nos detalhes, como no enfeite destas cestas que, além das fitas coloridas, mostra uma mini-cuia de tacacá.

A Casa do Artesão também dispõe de peças com grande pluralidade de matéria-prima. Chaveiros em forma de manto aliam metal, tecido e contas de pérolas em um enfeite único. As imagens da padroeira dos paraenses, produzidas por Silvia Alencar em resina e caroço de açaí coloridos, também recebem elogios dos visitantes.

Para a artesã, reproduzir a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, além de um prazer, é uma “grande honra”. “Todos os anos me preparo com antecedência para fazer o melhor em homenagem a nossa mãe. É uma grande responsabilidade, por isso dou o meu melhor e me emociono sempre no processo de criação”, ressaltou Silvia.

Criatividade

Artesanatos criados a partir de fibras da região também têm agradado. A artesã Maria do Socorro Pereira trabalha há mais de 10 anos com a fibra do jupati, que colore para criar móbiles, mantos em miniatura e chaveiros.

O jupati é uma palmeira encontrada principalmente na Região Norte, em áreas inundadas e em mangues. A fibra da palmeira é comumente utilizada por populações ribeirinhas na confecção de diversos objetos, principalmente o matapi, armadilha utilizada para a captura do camarão.

O caráter rústico e primitivo das palhas e o aproveitamento da tala de jupati são destaque em peças decorativas e objetos utilitários comercializados no Espaço São José Liberto, que chamam a atenção pela criatividade, charme e elegância.

O artesanato confeccionado a partir da sobra de tecidos é o destaque da marca Madame Floresta neste mês de outubro. Maria das Graças Arruda é a criadora e proprietária da marca, que existe no mercado há mais de 15 anos. Suas peças se destacam por valorizar a cultura amazônica, através das cores, das formas e dos valores do meio ambiente que agregou ao produto.
Artesanatos diversos da Casa do Artesão do ESJL.
Foto: Carlos Sodré/Agência Pará
Ao reaproveitar resíduos da natureza, Maria das Graças cria bolsas, camisas, vestidos e bijuterias com matérias-primas regionais. Há cerca de seis anos a artesã também produz o “pato no paneiro”, artesanato lúdico feito com sobras de tecido e fios de cipó - que dão origem à cesta do paneiro. O produto é responsável por 30% das vendas e encomendas da artesã durante o mês do Círio: “Recebo muitas encomendas de patos. Esse ano, inclusive, o produzi em um tamanho menor para que os turistas pudessem levar pra casa sem o problema do volume”, destacou a artesã.

Além de artesanato também é possível comprar, na Casa do Artesão, acessórios de moda e adornos temáticos. A marca Tu Crias se inspirou nas músicas que embalam as procissões da festividade pelas ruas de Belém para criar bolsas. O acessório, produzido em pano cru e couro, reproduz trechos de músicas nazarenas, como do hino “Vós Sois o Lírio Minoso”: “Ó virgem mãe amorosa, fonte de amor e de fé. Dai-nos a benção bondosa, Senhora de Nazaré”.

O “pato no paneiro”, assim como os móbiles de jupati, chaveiros, fitas, camisas, bolsas, mini-cestas típicas, estão disponíveis no Espaço São José Liberto, na Casa do Artesão, que funciona, excepcionalmente, em outubro, de segunda a sábado, das 9h às 19h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h.




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