Workshop de inspiração apresenta as direções criativas do setor de joias e bijuterias para 2017


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                                     O grupo foi dividido em equipes durante o encontro. Foto: Ascom Igama 

Sob a lógica da complementariedade de competências e do trabalho em rede foi promovido, na última quinta-feira (1º), no auditório administrativo do Espaço São José Liberto (ESJL), o Workshop de Inspiração com oficina técnica, em uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em parceria com o Núcleo Estadual de Arranjo Produtivo Local do Pará (NEAPL/PA), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de São Paulo (SP), Senai Pará e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Joias, gemas e bijuterias que comunicam questões atuais; movimentos urbanos e rurais; produtos que valorizam o reaproveitamento, o trabalho artesanal e de comunidades; peças conceituais, colares mais alongados e grandes braceletes; espaços revitalizados; utilização maior da prata, com preferência pelo metal envelhecido; de matéria-prima sustentável e acabamento rústico, mas com conceito contemporâneo. Essas e outras macrotendências e estudos sobre o comportamento foram temas abordados pela consultora paulista Márcia Croce, do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos. 

No encontro criativo foi apresentado o Caderno Senai Mix Design (SP), produto eleito pelo IBGM para orientar o setor de joias e bijuterias sobre as inspirações e macrotendências de comportamentos e consumo, como forma de colaborar com o desenvolvimento das novas coleções alinhadas e integradas com informações globais de consumo. 

Pela primeira vez em Belém, a consultora convidada disse que ficou encantada pela capital paraense. “Que cidade maravilhosa! Visitei o São José Liberto e fiquei emocionada com a beleza que vocês têm aqui”, destacou, durante a abertura do evento, voltado para participantes do Polo Joalheiro do Pará e do APL de Moda e Design da Indústria da Confecção – Polo Metrópole Pará, informando que o Estado foi o primeiro a receber as tendências Outono-Inverno 2017, conteúdo do Caderno Senai Mix Design (SP). 

Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama e do ESJL/Polo Joalheiro, agradeceu as parcerias firmadas e enfatizou a importância desta iniciativa para a integração dos ciclos de criação, produção e mercado do setor, destacando que o lançamento do Caderno e a realização do workshop inspiracional com oficina técnica no Estado do Pará são resultados dos esforços de um trabalho colaborativo de instituições públicas e privadas parceiras do Programa Polo Joalheiro do Pará.

A diretora também falou que as direções e movimentos criativos expressam parte da história da humanidade e que sinalizam as possibilidades do futuro na geração de produtos criativos, a partir da valorização do passado e do presente, e são indutores de transformações no processo criativo. “Criar e produzir joias e bijuterias exige o acesso a pesquisas, domínios criativos, técnicos e tecnologia. Nesse processo de criação e produção cada designer e empresário faz as suas escolhas em atenção à marca do seu produto”. 

Rosa Helena Neves, diretora do Igama/ESJL, durante a abertura do evento. Foto: Ascom Igama 

Rosa Neves também anunciou a continuidade deste workshop em Belém, por meio da integração com outras atividades, dentre elas a realização de um curso, o qual será ministrado por Erivaldo Júnior, um dos designers pioneiros do Programa Polo Joalheiro e consultor do Sebrae Pará. O objetivo é gerar o lançamento, em dezembro deste ano, da coleção de joias e acessórios de moda 2016/2017 do Polo Joalheiro do Pará, que resulte da oficina técnica realizada sob orientações de Márcia Croce, bem como do Caderno Sebrae Mix Design (SP).

Economia criativa 

Para Sérgio Menezes, diretor de Indústria, Comércio e Serviços da Sedeme e secretário executivo do NEAPL/PA, a importância da realização do encontro para o governo do Estado está no aumento da produtividade, da qualidade e da rentabilidade deste setor da economia criativa dentro do Espaço São José Liberto. “O motivo do governo apoiar um evento como esse é, justamente, no sentido de gerar renda, desenvolvimento e emprego nesse setor da economia criativa aqui no Estado do Pará”, afirmou. 

Lilian Costa, coordenadora da área da Moda do Senai Pará, ressaltou a relevância da parceria firmada. “Para nós, enquanto apoiadores, (o Caderno Mix Design Senai – SP) é uma ferramenta muito importante para os nossos empresários, para os nossos criadores, porque é um elemento a mais que eles têm de pesquisa para desenvolver suas coleções. É um prazer enorme receber o Senai São Paulo, que também é outra referência na área da moda, e trazer esse segmento, essa informação do Senai Mix Design na área da joalheira para as nossas empresas, como mais uma ferramenta de competitividade para elas estarem inseridas neste mercado, aprimorando seus produtos com as tendências pesquisadas”.

                             Márcia Croce, Rosa Neves, Sérgio Menezes e Lilian Costa. Foto: Ascom Igama 

Empreendedora criativa Kelly Badarane. 
Foto: Ascom Igama 
Para Kelly Badarane, empreendedora criativa que possui empresa formalizada e integra o APL de Moda e Design da Indústria da Confecção – Polo Metrópole Pará, o aprendizado foi gratificante. “O curso está trazendo para mim, que sou proprietária da Kdesign e trabalho com acessórios de moda, a possibilidade, além de abrir a mente, de abranger outros tipos de segmentos e outras técnicas. O foco dessa oficina já é para a gente começar a trabalhar para desenvolver uma coleção bem legal!”.

“Tendência é uma somatória de emoções e percepções”

Durante a manhã, Márcia Croce fez uma palestra sobre o Caderno aos participantes do encontro, que, na parte da tarde, dividiram-se em grupos para as tarefas da oficina técnica. No início das atividades, a consultora fez reflexões sobre vários temas e disse que tendência é como olhar para o futuro com os olhos no passado e vice-versa. “O nosso objetivo é falar um pouco sobre tendência, algo intangível. É muito difícil afirmar que ‘a tendência é isso ou aquilo’ porque é uma somatória de emoções e percepções que estão em todos os lugares, ao mesmo tempo: na China, na Austrália, pelo mundo. Os sentimentos são produzidos por um local, mas eles existem em todos os lugares. Vamos tendo as informações e esse é o grande desafio: trazer a tendência, que é tão intangível, para uma coisa palpável, que vocês vão usar”, explicou.

Consultora Márcia Croce (SP). Foto: Ascom Igama 
Márcia destacou ainda que “tendências nascem das inspirações e dos comportamentos. É uma reflexão diária: para quem eu quero produzir? Quem é o meu público?”. Para isso, é fundamental, segundo ela, observar o processo comunicacional da atualidade, que está no centro do olhar mundial. A informação chega, hoje, ao consumidor em quantidade e por variados meios, e através das mídias sociais, instantaneamente. O termo em latim Comunicare, que significa compartilhar, expressar, participar algo, tornar comum, reflete essa pauta amplamente discutida. 

De acordo com a consultora, também é importante ser forte localmente, já que o público a quem o produto se direciona compra a ideia, o conceito que está por trás daquela joia ou bijuteria. “Estamos em terreno muito fértil!”, destacou, exibindo, por meio de slides e vídeos, características desse público consumidor e suas especificidades. 

Causas como a proteção aos animais e contra a discriminação de cor e gênero foram alguns dos exemplos dados, assim como a valorização de espaços revitalizados nas grandes cidades, uma forte tendência. A questão ecológica e de pessoas que optam por moradias sustentáveis, compactas e móveis, também foi mostrada. Praticidade que se vê no avanço tecnológico, outra marca da atualidade, em que robôs são criados cada vez mais inteligentes. 

Lixo, inovação e luxo

Colar Control Natural, criação da designer Júlia Mendes.
Foto: Consórcio do Pará - Divulgação
Como exemplo de tecnologia e reaproveitamento, Márcia Croce destacou o Colar "Control Natural" (Natural Conectado), o qual ela pode ver exposto no Polo Joalheiro do Pará. A peça é uma criação da designer Júlia Mendes, sócia proprietária da Amorimendes e integrante do Polo Joalheiro do Pará, e retrata a cultura e a identidade amazônica paraense. Foi produzida em prata com placas recicladas de alumínio de computador e celular, com incrustação paraense – inovação do Programa que confere às joias colorido especial, por meio de um processo sustentável. 

Na opinião de Júlia Mendes, o consumismo tecnológico, hoje, gera um grande acúmulo de entulho. “Lançam um celular, trocam, lançam outro, trocam novamente. Fazer o quê com esse lixo? Por que não transformar um objeto que foi muito querido para mim em uma joia? Ainda estou desenvolvendo esta pesquisa, já criei algumas coleções e estou com novos projetos para lançar novas coleções”, explicou, acrescentando que, além do alumínio reutilizado, costuma trabalhar com chifre de búfalo, madeira e outros insumos regionais. 

Para Júlia Mendes, a experiência criativa foi interessante em vários sentidos. “Fez a gente entender que, realmente, está no caminho certo. Em um período de muito consumo, de muito descarte, a gente tem que procurar uma forma do nosso lixo também virar uma joia. E ser mais responsável pelo nosso próprio descarte”, completou a designer, que lança mão de chapas de panelas e outros materiais considerados lixo eletrônico. Peças usadas, mas que carregam uma história afetiva e agregam valor único ao se integrar ao metal nobre e matérias-primas regionais para formar uma joia.

A utilização de materiais deste tipo, na joalheria, resulta de pesquisas e processos especiais de inovação, que Júlia tem desenvolvido ao longo dos anos, levando em conta a resistência, durabilidade e beleza do que é reaproveitado, trabalho que foge ao convencional e segue essa tendência mundial de sustentabilidade. Com o mesmo conceito e seguindo as diretrizes do Polo Joalheiro do Pará, que trabalha com o estímulo à inovação e sustentabilidade, outros profissionais do Programa têm desenvolvido esse tipo de pesquisa, como a designer Celeste Heitmann, que reaproveita filtro de café usado e azulejos de louças da família para compor joias e bolsas, o mestre ourives e pesquisador Paulo Tavares, criador das Gemas Vegetais e a empreendedora Mônica Matos, que produz as gemas. 

        Paloma Vale, Júlia Mendes e Graça Menezes. Foto: Ascom Igama

A consultora Márcia Croce tem mais de 25 anos de vivência profissional no setor joalheiro. Formada em Propaganda e Publicidade e pós-graduada em Fashion Marketing e Communication, a consultora é diretora da DGNG – Design Negócio, escritório de consultoria e marketing especializado em planejamento estratégico de marcas, design de joias, pesquisas de tendência de consumo e de comportamento, com foco no segmento joalheiro.

Mais informações sobre o Caderno Mix Design (SP) no Senai São Paulo: (19) 2113-6400 - Maysa Neves

Leia na Agência Pará de Notícias: Polo Joalheiro do Pará promoverá workshop para lançar coleção com novas tendências

Ascom Igama




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