Figuras de linguagem, expressões do universo ribeirinho e urbano inspiram Coleção de Joias e Produtos de Moda (2017/2018) de marcas paraenses


As expressões já-me-vu, veropa, pavulagem, espia, arreda, eu não sou tapioca para me derreter na chuva, manifestações culturais locais e o resgate poético da vida ribeirinha tornaram-se matéria-prima para o desenvolvimento criativo da coleção de joias e produtos de moda denominada Paraensismo que será lançada no dia 10 de agosto, no Jardim da Liberdade do Espaço São José Liberto. O coletivo é formado por criadores e empresários integrantes do Programa Polo Joalheiro do Pará e do Arranjo Produtivo Local de Design, Moda e Indústria do Vestuário. Um desfile coordenado pelo produtor Diogo Carneiro apresentará conjunto de colares e brincos, gargantilhas, braceletes, pingentes, vestuário e bolsas que estão na coleção.

O trabalho coletivo dos empreendedores começou bem antes das peças serem produzidas. A inspiração surgiu do workshop de geração de produtos de moda e joias promovido pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia com a direção criativa do consultor Erivaldo Jr., que também é arquiteto e designer, além de docente e consultor de empresas.  A proposta de criar uma coleção a partir das expressões paraenses surgiu após a apresentação no ESJL do caderno Senai Mix Design de São Paulo promovido pelo IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos) que apresentou as macrotendências de comportamento e consumo em três direções criativas, sob a temática “Comunicare”, representadas por três figuras de linguagem: hipérbole do eu, eufemismo cotidiano e prosopopeia digital.

Erivaldo, então, trouxe a discussão para o workshop com os designers, estimulando-os a criar uma coleção inspirada nas palavras e expressões paraenses que fazem parte do imaginário amazônico. Para não fugir do foco das figuras de linguagem e expressões da cultura paraense, os participantes realizaram uma imersão em suas memórias e em pesquisas sobre o lifestyle local para que, individualmente, cada um procedesse a sua escolha criativa e inspiracional. O processo criativo do workshop se deu por meio de pesquisa de verbetes da região, pesquisa de músicas e poesias, além da apresentação de imagens que estimulassem e inspirassem a criatividade dos designers presentes no worskshop.

Neste processo, a inspiração foi além das palavras e foram abordados temas inspirados na música, na dança, nas cores das roupas das manifestações culturais tradicionais, na arquitetura, no modo de vida ribeirinha e urbana. As peças da coleção descrevem formas diversificadas por meio do design de joia e moda como: formas geométricas, com ângulos retos, detalhes orgânicos fluídos, movimentos geométricos do art decór, gestual leve da dança do carimbó, ícones ribeirinhos e formas pesadas e robustas como as mangas de Belém.




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